Salvador Dali
Ao sabor da corrente vogam os melhores pensamentos como se eles próprios houvessem adquirido uma textura líquida onde só o leito permanece e em consonância com o velho Heráclito jamais poderemos banhar-nos duas vezes nas águas sempre várias da torrente do ser
Eles vogam e isto que faço e a que chamo escrever não passa de tradução imperfeita da orgânica das ideias essa imponderabilidade cujas peças podem ser palavras imagens ou coisa nenhuma mas que teimo em esculpir em materia de comunicação
Apanhar o pensamento é apanhar-me com ele e ser simultaneamente sangue órgãos e vértebras e ainda a textura engendrada numa gestalt misteriosa que me torna una face ao mundo mas que em mim se dissolve em pedaços intangíveis próximos do esvaziamento
E então fica o leito da torrente seco e estéril por um hiato de angústia seco como a argila que o sol acabrunhou seco e aberto em fendas duras e profundas salgadas e hirtas até que venha de novo o orvalho matutino e a tormenta os turbilhões nocturnos em tempestade invernal
E logo crescerá o rio lamacento e turvo arrastando folhas secas e pedaços estremes da argila dos fundos até sossegar estirando-se pacífico na senda do mar por onde abrirá o caminho da luz...
Ao sabor da corrente vogam os melhores pensamentos como se eles próprios houvessem adquirido uma textura líquida onde só o leito permanece e em consonância com o velho Heráclito jamais poderemos banhar-nos duas vezes nas águas sempre várias da torrente do ser
Eles vogam e isto que faço e a que chamo escrever não passa de tradução imperfeita da orgânica das ideias essa imponderabilidade cujas peças podem ser palavras imagens ou coisa nenhuma mas que teimo em esculpir em materia de comunicação
Apanhar o pensamento é apanhar-me com ele e ser simultaneamente sangue órgãos e vértebras e ainda a textura engendrada numa gestalt misteriosa que me torna una face ao mundo mas que em mim se dissolve em pedaços intangíveis próximos do esvaziamento
E então fica o leito da torrente seco e estéril por um hiato de angústia seco como a argila que o sol acabrunhou seco e aberto em fendas duras e profundas salgadas e hirtas até que venha de novo o orvalho matutino e a tormenta os turbilhões nocturnos em tempestade invernal
E logo crescerá o rio lamacento e turvo arrastando folhas secas e pedaços estremes da argila dos fundos até sossegar estirando-se pacífico na senda do mar por onde abrirá o caminho da luz...
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